EU

EU...
não discuto política
penso...
não questiono a realidade
sonho...
não contraponho opiniões
silencio...
não especulo a alma alheia
compreendo ...
não passo a noite em zozobra
escrevo ...


                                              Maria da Penha Boselli* / Maat* 2018

INERTES

Enquanto a humanidade dorme as energias fluem
os sonhos se dispersam como as nuvens
o ego adormecido não interfere
permanecemos frágeis,inocentes e desnudos
adormecidos somos anjos pelo avesso :

caídos,mal amados,impedidos

a alma desgarrada chama e clama
mas na cama,inertes,somos surdos

         Maria da Penha Boselli* / Maat* 2018




TRISTE ENGANO



Não ! Não era a luz do por do sol. Era o fogo queimando a serra.

O pássaro que tentou voar,não era fênix ressurgindo das cinzas. Era um gavião com as asas em chama…

Eu atônita, perplexa e paralisada.
A Terra gemendo de dor e as labaredas avançando como um exército desorientado. Contive os gritos, e na minha impotência muda, pude escutar a arvores pedindo socorro.

Como pode acontecer ? Aonde começou ? Em que momento ?

Observo o verde se tornando cinza e depois preto como carvão.
 Compreendi ,no meio da tragédia , o significado real das palavras  “natureza morta “
  Ajoelhei em prece e súplica, não para pedir chuva,mas para pedir perdão aos milhões de elementais que desfaleciam sem vida, engolidos pela fúria avassaladora das impiedosas salamandras ígneas.



                                            Maria da penha Boselli* / Maat* 2017
             

#morfeulevaeu


             HOJE SOU LUA MINGUANTE
 

bexiga murcha
flor caída
to mais pra copo de requeijão do que taça de bacará
fininha...cansada...sem brilho e minguada

# morfeulevaeu
fui !

                                                  Maat* 2017


ISOLAMENTO

Estou perdendo a paciência
com mídia e televisão
notícias sensacionalista
comentários inúteis e obstrução

   Não me envolvo com grupos e encontros
   que se sustentam por sedução
   conversas que corrompem assuntos
   comentarios pautados na má intenção

      Cada vez me isolo mais
      da vida regada a frivolidade
      prefiro o silencio do quarto
      do que os desvarios da sociedade
                        
                                            Maat* 2017