O ESPELHO



  Mergulhei no espelho do quarto

  e passei para o lado de lá
  senti meu corpo bem leve
  e perfume de manacá

  Tem jardim nesse lado do espelho
  e meu quarto é rodeado de flor
  vejo luzes por todos os lados
  e anjos cantando louvor

                       Descobri o segredo do espelho
                       e do quarto mesclado com flor
                       é o lugar onde busco refúgio
                       quando sinto carência de amor

                                  Maria da Penha Boselli*/ Maat* / 2017

ROLÊ COM MORFEU

Sou gente até as nove da noite
depois viro coisa amorfa
Fico lesa, bocejando, sem tino
e caminho trombando nas portas

       Pareço geléia mole
       não consigo ficar acordada
       o sono me deixa tonta
       fico meia apalermada

No quarto em transe profundo,
vejo Morfeu me propondo sorrindo :
Que tal um rolê nas baladas ? Tipo “by night “ por outros mundos 


                                 Maria da Penha Boselli*/ Maat* / 2017

ANTES QUE

Antes que o abajour  apague
antes que meus olhos fechem…
Faço um balanço do dia
e alguns apelos aos Mestres


           Visualizo momentos vividos
           palavras e frases ditas
           separo o joio do trigo
           e faço promessas escritas


Enfim eu apago o abajour
e oro em silencio profundo
agradeço o dia perfeito
e suplico paz para o mundo


                                                                     Maat* / 2017

MENSAGEM

A chama balança no prato
tal qual folha dançando no ar
parece querer dizer algo
pisca fraquinha querendo apagar

     Código Morse na chama vermelha
     que não consigo decodificar
  
   

     vejo o fogo minguando sem pressa
     e as salamandras a desmaiar



                                           Maat* / 2017


SONHO DE POETA

Quem dera ser um poeta com escrita rebuscada
versos harmoniosos,como música bem tocada

     Quem dera criar frases novas,nunca antes lidas na Terra
     ideias bizarras e exóticas / histórias de paz e de guerra

            Mas sou poeta simplório

            meus versos são muito mirrados
            Escrevo sem pretensão

            Sou poeta que sonha acanhado

                                    Maat* / 2017